sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Pombagira Cigana das Encruzilhadas...



"Vinha caminhando a pé, para ver se encontrava a minha Cigana de fé.
Ela parou e leu minha mão e disse-me toda a verdade... E eu só queria saber onde mora: Pombagira Cigana de fé!"


Essa Pombagira Cigana possui uma história bastante peculiar de solidão e sofrimento. Nasceu na Baviera (Bayern - popularmente conhecida por Bavária), uma das maiores regiões da Alemanha. Seu nascimeno foi muito festejado por seus pais, que pertenciam a religião pagã dos Celtas - o Druidismo. Ela seria uma sacerdotisa (druidesa) e desde muito cedo aprendeu a arte de curar, os nomes das ervas e a interpretar os sinais da natureza. Aos doze anos era uma linda menina que conhecia muito de sua antiga religião.

Nessa época a Inquição fazia incursões pela Europa caçando "bruxas" e antigos seguidores das religiões ancestrais. Seus pais sempre mantinham tudo muito bem guardado e escondido num porão. Mas, alguém os delatou e a Inquisação bateu em sua porta. Seus pais foram presos, julgados e condenados. Seu irmão foi degolado ali mesmo. E ela, por ser menina, foi preservada e levada até a Itália, para ser a serva de um importante Bispo. Durante um ano tentou em vão escapar. Quando a oportunidade surgiu, ela apunhalou seu captor e conseguiu fugir. Foi ajudada por um guarda em troca de favores sexuais.

Atravessou a Itália, com a intenção de retornar à Alemanha, mas quando soube das Guerras que por lá estavam acontecendo, decidiu ir para a França. Já estava com 17 anos e toda a sua inocência havia se perdido. Agora conhecia a realidade da vida e a crueldade do homem. Sobreviveu na travessia, escondendo-se pela estrada, viajando a noite e trocando favores como podia. Ela chegou ao sul da França em 1728 e se instalou numa choupana abandonada próximo a um vilarejo. Com o tempo, começou a praticar sua antiga religião e começou a ser procurada por aqueles que precisavam de ajuda. Ganhou a confiança do vilarejo e pode viver tranquilamente por vinte anos. Nunca quis casar, porque ainda lembrava os maus tratos que sofreu, quando menina, nas mãos de seu captor.
Porém, a Inquisição voltou a encontrá-la e dessa vez não escapou. Foi presa, julgada e condenada por prática de bruxaria. Torturam-na e enforcaram-na numa encruzilhada da vila. Muitos no vilarejo também foram mortos. Durante algum tempo seu espírito vagou querendo vingança e perseguindo aqueles que a condenaram. Quando foi recolhida à Aruanda compreendeu sua história e relembrou sua missão de vida. Foi convidada a ficar e a trabalhar; poderia usar todo o seu conhecimento ancestral e auxiliar a quem necessitasse. Assim, tornou-se a Pombagira Cigana das Sete Encruzilhadas, porque seu espírito viajou muito e conheceu muitas estradas...

domingo, 24 de agosto de 2014

Pombagira e Mestra Maria Navalha

Também tenho ela como pomba gira e tenho algumas histórias, uma delas é...
Alguns diziam que ela era mulher de vida fácil, porém ela sempre trabalhou muito para sustentar seu irmão doente mental. Trabalhou no cais, nos mais diversos bares, botecos e Bin bocas que já
existiu lá fez fama pelo seu temperamento rude e de difícil amizade, talvez, por sua vida humilde.
Logo após nascer seu irmão houve complicações com o parto, vindo a falecer a Mãe, uma mulher doce e dedicada aos seus filhos e marido. O Pai, um militar muito severo, não conformado, rejeita o próprio filho e foi aí que Maria Regina das Dores, mais tarde chamada de Maria Navalha, se pôs:
entre o Pai martirizado pela morte de sua amada e um filho que apresentava uma deficiência mental. Tudo isso a coagiu para uma vida de sofrimentos e angústias. Logo depois, o pai também se foi. Morreu de tristeza, pois não suportou a partida de tão doce mulher.


Após seu falecimento, eles tiveram que se mudar para um lugar muito humilde. Então, Maria Navalha, com seus 14 anos, começa entender que a vida para as mulheres na década de 50 não era tão fácil assim.
Trabalhou em casa de família, mas seu jeito meigo logo atraia os olhares maliciosos de Patrões sedentos de desejos e foi por um deles que ela acabou deixando-se seduzir. Com esse patrão, ela compartilhou 10 anos de sua vida, até que um dia ele se foi sem deixar nenhuma notícia. Ela que sempre foi contra a dependência, logo naquele momento voltava para a rua da amargura com seu irmão que sempre estava ao seu lado. Seu desvio mental em nada comprometia o carinho e afeto de irmão e amigo que ela sentia. Foram muitas as noites que ela se pegou chorando, sem ter o que comer, com fome e frio na rua. Até que um dia se mudaram para o porto, de onde sigo com minha história.
Não demorou e logo arrumou um emprego de garçonete em um prostíbulo. Ela era tão assediada que as meninas que ali ganhavam sua vida vendendo seu corpo se incomodavam com aquela bela jovem que agora já tinha seus 25 anos.

Em meio as várias pessoas que ali freqüentavam, apareceu, um homem negro, bem trajado, de terno de linho branco e com uma gravata vermelha que deixava um ar de conquistador. Ele, então, pediu uma bebida: “me da uma cerveja e meia minha querida” - disse aquele homem que tremia os olhares enquanto esperava. Em seguida, sacou de seu bolso um baralho com que ficou a cartear em cima da mesa provocando o olhar de muitos ali naquele local. Não demorou muito, chegou o primeiro querendo saber o que mais do que boa pinta o nobre negro vestido tinha a oferecer. Então, ele tirou seu relógio e disse: “tenho isso”. Era um relógio ainda de corrente, muito bonito por sinal. E
foi só com isso que ele depenou os pobres freqüentadores do local. Entre uma rodada e outra, seu olhar se virava para a Maria, doce, bela e bonita e ela correspondia com um sorriso de deboche, ao acabar com quase todos ali presentes e com o bolso cheio de “pataco” ele se levantou, como se é
de costume e pediu uma Parati (pinga) para finalizar sua noite. Ele nunca passava das 03:00 da manha. Eram ordens expressas de uma vidente. Então, tomou a Pitu, uma pinga que lhe dava ânimo para chegar a sua morada. Antes de sair, agradeceu à Maria e se foi.
Após algumas horas de sua partida, Maria, cansada por mais um dia de exaustivo trabalho, também foi se embora e ao passar por uma viela escura, um caminho mais curto, próximo a Av. Mem de Sá, se deparou com duas pessoas suspeitas, que tinham um olhar de maldade e cobiça. Nisso, ela apressou seus passos na tentativa de despistar aqueles homens estranhos. Quando ela sem esperar, outro homem a cerca entre as vielas, segura a em seu braço e lhe diz: “olá, bela moça.
Vejo que me viu perder tudo que tinha nos bolsos para aquele homem de terno e não quero mais perder, pelo menos quero você agora como uma recompensa pelo pataco perdido. Também vi que dava risada da minha má sorte ao lado daquele negro malandro!”.
Nesse instante, ela correu em direção ao outro lado da viela e lá estavam os dois que a estavam perseguindo. Sentindo–se sem salvação, começou a pedir para São Jorge, seu santo de devoção a quem sempre teve um grande carinho e fé, para que a socorresse. Como em um passe de mágica, mais do que depressa, veio aquele negro todo engomado, cheio de passos bonitos até pra andar e disse: “Boa noite seu moço, você diz que me conhece, tem razão de me conhecer, eu nasci de madrugada antes do dia amanhecer”.
Em seguida, retirou do bolso da sua calça, uma navalha e como se fosse cortar um papel perfura o rosto do perdedor inconformado, que logo sai todo molhado com seu próprio sangue ruim e cheio de ódio. Os dois, mais do que depressa, também resolvem se retirar por medo ou por simplesmente
vontade de não estar ali naquele nevoeiro que aumentava cada vez mais, fazendo o pavor crescer ainda mais.
Ao se virar, Maria percebeu que a roupa branca do nego malandro estava cheia de sangue, resultado do corte do inimigo que tentara incomodar a bela mulher. Então, num intuito de agradecer ao seu belo herói, ela o convidou para que ele fosse pelo menos amenizar as manchas que estivera em sua nobre roupa e eles, assim, foram conversando, dando muitas risadas e ela cada vez mais seduzida e ele cheio de chamego pela bela moça.
Ao chegar, ele retirou o paletó e ela começou a lavá-lo. Em seguida, deixou-o secar um pouco, porém, não houve sucesso na retirada de toda a mancha e eles começaram a beber.
Ela tinha, não se sabe porquê, uma garrafa de coquinho que serviu a si e ao herói. Ele, cada vez mais sedutor, fazia-a dar altas risadas enquanto o irmão dela roncava em sono pesado, sem imaginar que tinha visita.
De tanto beber, ela acabou adormecendo e ao acordar sentiu algo diferente em si mesma, como se estivesse mais ousada, mais capaz, mas forte. Ao se levantar, o belo homem já tinha ido sem deixar rastro, apenas um bilhete e a navalha em cima como apoio. No bilhete, ele dizia:
“Obrigado por confiar em mim. Essa navalha nos une para todo o sempre e com ela vais cortar a
injustiça, a maldade e a mentira. Saiba usar porque seu fio de corte está ligado diretamente ao seu coração saiba separar os bons dos maus e eu estarei sempre ao seu lado”.
Seu olho se encheu de água com a partida do seu eterno herói, sem nem ao menos um beijo de despedida, nada, apenas aquela navalha. Logo ela que demorou tanto para se simpatizar com outro homem, mal isso tinha acontecido e já houve a separação.
Conforme ele disse, ela fez. Sempre que precisava de ajuda, a navalha a ajudava, tanto que os homens e pessoas ruins a apelidaram de Maria Navalha. Não havia quem a não conhecia.
Logo que a vida começou a melhorar, ela comprou um chapéu Panamá de fita vermelha igual ao do seu amado e usava sempre para todo lado que ia. Às vezes, achavam que ela gostava de mulheres, pois fazia uma cara de mau e brigava como um homem, mas na verdade ela sempre esperava um dia poder reencontrar seu grande amor.

Texto da médium Grazieli,que incorpora Dona Maria Navalha.


Pontos Cantados :
Foi numa mesa de bar
numa mesa de bar
que Maria Navalha trabalhava
ela trabalhou, ela trabalhava
Maria Navalha é mulher da madrugada!

Dizem que se perdeu
Onde será que se meteu
Fez história na Bahia
Dizem que até nasceu por lá
Esta linda pomba gira
A Maria da navalha
Ela prefere a multidão
A viver na solidão
Parece que foi destino
Que a colocou no meu caminho
Mulher você é um tormento
Que não sai do meu pensamento
Eu sou Zé Pelintra
O teu amante e companheiro

Eu vou beber
vou farriar
para a polícia me levar
eu moro em Casa Amarela
lá nas sete esncruzilhadas
e quem quizer saber meu nome
sou eu Maria Navalha.

Ô Anália
Cadê Maria Navalha
ela é moça bonita
que se veste com sete saias

eu a procuro mas não vejo
Cadê Maria Navalha?

Vai pro Japão jandáia
vai pro Japão jandáia
Mulher de malandro tem nome
e se conhece pela saia
vara curta e onça brava
ela é maria navalha
este ponto afirmado é de Navalha!

“Quem foi que disse que mulher não briga bem
Quem foi que disse que mulher tem que chorar
Eu firmo meu ponto na folha da Marambaia
Corto demanda na Umbanda
Me chamam Maria Navalha"

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Pomba Gira do Forno



Trabalha com o fogo,tendo resultados imediatos,usando de magias pouco conhecidas,tendo seus utensílios próprios para trabalhar,não gostando de dividir o que lhe pertence,trabalha com muita seriedade,e muito insistente em seus objetivos,não medindo consequências para cumprir seus trabalhos.Não abandona nunca a quem recorre sua proteção com respeito e fé,guarda grandes segredos sobre as almas humanas,entendendo as  fraquezas do ser humano,é uma entidade que trás grandes orientações sobre dúvidas das escolhas do nosso amanhã.

domingo, 17 de agosto de 2014

ROUPAS DE POMBAGIRAS NA UMBANDA


PARA OS IRMÃOS KARDECISTAS NÃO EXISTE NECESSIDADE ALGUMA DE SE USAR UM TRAJE CERIMONIAL NUMA COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA.
DE FATO,O TRAJE NÃO É INDISPENSÁVEL. OS ESPÍRITOS NÃO SE COMUNICAM

PELAS ROUPAS E TÃO POUCO FICAM FAZENDO BIRRA SE SEU MÉDIUM NÃO ESTÁ
COM ESSA OU AQUELA ROUPA.
TAMBÉM NÃO HAVERIA NECESSIDADE DO PADRE VESTIR A BATINA DURANTE
A CELEBRAÇÃO DA MISSA, DEUS E SEUS SANTOS E ANJOS TAMBÉM NÃO IRIAM
FAZER BIRRA E ESTARIAM ALI PRESENTES E ATUANTES.
UM TRAJE CERIMONIAL É USADO SOMENTE NAS REUNIÕES A QUE SE DESTINA.
O MÉDIUM DA UMBANDA E DE OUTROS CULTOS AFINS, INICIA SUA PREPARA-
ÇÃO PARA A GIRA (COMO CHAMAMOS NOSSO TRABALHO MEDIÚNICO) COM
BANHOS DE DESCARREGO (FEITO COM ERVAS ESPECÍFICAS), ORAÇÕES, PEN-
SAMENTOS ELEVADOS E CONCENTRAÇÃO NAS FALANGES (GRUPOS) DE ENTI-
DADES QUE IRÃO SE APRESENTAR NAQUELA GIRA ESPECÍFICA.
EM ALGUNS TERREIROS O MÉDIUM TOMA SEU BANHO DE ERVAS NAS
DEPENDÊNCIAS DOMESMO (ISSO É MUITO RARO) PARA QUE NÃO LEVE PARA A
CORRENTE ( COMO CHAMAMOS O CÍRCULO FORMADO PELOS MÉDIUNS NAS REUNIÕES) ENERGIAS ASTRAIS NEGATIVOS.

TODO ESSE PREPARO CULMINA COM O PROCESSO DE VESTIR A ROUPA CERI-
MONIAL, QUE ESTÁ LIMPA E PURA E EM SEGUIDA PASSAR PELA DEFUMAÇÃO.
AS ROUPAS USADAS NA UMBANDA SÃO EM GERAL BRANCAS. PODENDO SER
CALÇA E TÚNICA OU UMA SAIA E BLUSA.

ENTRETANTO HÁ MUITAS VARIAÇÕES NAS CORES E MODELOS DOS TRAJES,
DEPENDENDO DOS PRECEITOS ADOTADOS PELA CASA.

EXUS E POMBAGIRAS PODEM TRABALHAR COM OS TRAJES BRANCOS E TRO-
CAR APENAS AS GUIAS (COLARES DE CONTAS USADOS PARA PROTEÇÃO DOS
MÉDIUNS). OU PODEM SEGUNDO SUA VONTADE E SE AS NORMAS DA CASA PER-
MITIREM, USAR TRAJES ESPECÍFICOS DE SUA LINHA.

ESSES TRAJES COSTUMAM SER VERMELHOS OU VERMELHOS E PRETOS.
É CLARO QUE A ESCOLHA DOS MODELOS E CUSTOS DE CADA TRAJE, PODE SO-
FRER A INFLUÊNCIA DO GOSTO, PERSONALIDADE E PODER AQUISITIVO DOS
CAVALOS (MÉDIUNS).

ALGUNS DEFENDEM QUE AS ROUPAS E OS ACESSÓRIOS FACILITAM E AMPLIAM
A CONCENTRAÇÃO DO MÉDIUM.
OUTROS AFIRMAM QUE SE DÁ O CONTRÁRIO, PODENDO PROVOCAR ANIMISMO
(O MÉDIUM FICARIA EXPOSTO À AUTO-SUGESTÃO)
ESSA É UMA QUESTÃO NÃO RESOLVIDA. OU MELHOR CADA UM A RESOLVE
COMO SINTA SUA ORIENTAÇÃO INTERIOR.


O FATO É QUE COM OU SEM ROUPAS ESPECIAIS, NOSSOS BONS GUIAS SEMPRE
ESTARÃO PRESENTES, E FARÃO SEU TRABALHO DE IGUAL MODO. SUA PRESEN-
ÇA DEPENDE UNICAMENTE DOS PENSAMENTOS E SENTIMENTOS ELEVADOS
DE SEUS MÉDIUNS E DOS BONS PROPÓSITOS DA CASA ESPIRITUAL ONDE OS
MESMOS SE ENCONTREM.

SÓ DEVEMOS TOMAR CUIDADO COM TRAJES DESPOJADOS, PRINCIPALMENTE COM O COSTUME DE ALGUNS TERREIROS DE ANTES DAS FESTAS, SALVAR OS ORIXÁS COM UMA ROUPA BRANCA SIMPLES. ALGUMAS MEDIUNS USAM ROUPAS TRANSPARENTES OU MALHAS FINAS QUE ACABAM MOSTRANDO OU RETRATANDO PEÇAS INTIMAS. PARA O ORIXÁ NÃO EXISTE PROBLEMA, MAS TRARÁ CONSTRANGIMENTO PARA TODOS.

EU PARTICULARMENTE, SOU À FAVOR DOS TRAJES ESPECÍFICOS, SEM EXAGE-
ROS. A VONTADE DE AGRADAR É NOSSA, ELES NÃO NOS EXIGEM NADA.

CLAUDIA BAIBICH

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

História Exu Sete Catacumbas

Guardião Sete Catacumbas
(Andras) - Catacumbas é um poderoso Exú da Umbanda, Kimbanda e Candomblé, conhecido no Catimbó como Mestre 7 Catacumbas. Onde ele fica pode ter certeza não fica um egum próximo e uma característica muito impressionante é que quando ele vai embora arrasta consigo tudo de ruim que houver no terreiro.
Sério, bravo,nervoso,bondoso, não tem misericórdia de espíritos que atrapalham o sossego alheio, no entanto é um fiel protetor e grande conselheiro de todos que queiram fazer do seu mundo um lugar melhor pra se viver.
O Sr. Exú 7 Catacumbas, serve a linha de Obaluaê. Ou seja, ele é um guardião cósmico, que aje na força emanada(axé) do Orixá Obaluaê. (Assim como em seu primeiro elemento terra, Obaluaê, é ativo e passivo em seu segundo elemento, a água, o Sr. Exu 7 catacumbas, também tem estas características herdadas. Sua forma é esquelética(caveira), porém seu campo de atuação é maior do que do Sr. Exu Catacumba. E como todos os Srs. Exus, e Sras. Pombagiras, que são do cemitério, trazem em suas capas(exus), e em suas saias(pombagiras) os segredos dos mistérios divinos da vida e da morte, e da transição entre esses dois planos.
Atribuições
Sete Catacumbas é uma espécie de policial executante das ordens de todos os Orixás no plano mais denso. É um mensageiro que entra e sai das zonas umbralinas, sem temor, assumindo uma forma ameaçadora para fazer-se respeitar.
É um Exú e sem eles a força dos Orixás não atuaria no mundo, pois são eles os operários incansáveis. Temido por não admitir a desobediência, ele aplica castigos a quem é também guardião. Ele faz na verdade cumprir a lei de causa e efeito.
Mesmo punindo, quando se há merecimento, Mestre 7 Catacumbas cura, concede maiores facilidades em alcançar o que desejamos. É um faxineiro do astral, porque purifica os ambientes e pessoas desmanchando todo tipo de magia negra. É comum ver sua legião preocupadas em alertar contra males, jamais trabalhando contra a lei divina do amor
O mundo de Sete Catacumbas
Há vários equívocos envolvendo Exús e Pomba-giras. Alguns deles referem-se às suas funções como foi falado em outras postagens. Mas também se faz muita confusão a respeito de nomes, faixas de vibração ou melhor, domínio onde encontramos a energia de vibração para entrarmos em contato com certas entidades.
Algumas vezes vamos a um determinado centro ou terreiro no qual nos dizem que nosso guia, caboclo, mentor ou Exú possui tal ou tal nome. Mais tarde ao sermos atendidos em outro terreiro nos dão um nome diferente do primeiro.
Vamos tentar tirar a dúvida do por que disto acontecer com tanta freqüência. Para isso é preciso entender que os Exús não são obrigados a conhecerem todos entre si. Pois possuem funções semelhantes dentro do plano espiritual. Mas como em uma grande empresa não há como conhecer todos os colegas de diversos setores e funções.
Eles são trabalhadores das faixas umbralinas e de regiões que se localizam entre o mundo material e espiritual. Podendo cada um ter passagem livre para qualquer uma das faixas de vibração menos densa que a sua. Mas podendo exercer toda força da sua energia somente dentro do campo ao qual está designado a trabalhar.
Podemos citar algumas dessas faixas para facilitar o entendimento, mas isso não vai traduzir na integra a grandiosidade e a complexidade dessa região do plano astral. No primeiro plano teríamos os Exús Ciganos, de Rua,Encruzilhadas e Exús das Matas, que são verdadeiros pára-médicos socorristas, são eles que dão os primeiros socorros ou ficam de prontidão observando desencarnados errantes, enquanto cumprem ao mesmo tempo o trabalho de senhores do sofrimento cármico de acordo com o merecimento de cada um. São eles que assustam e amedrontam, tornando o estágio errante ainda mais aterrorizador, daí sua aparência séria e sua conduta às vezes até mesmo algoz.
Por outro lado auxiliam ao perceberem o real arrependimento e desejo de melhorar-se. Costumo dizer que quem vai trabalhar com estudantes leva livros, quem vai trabalhar com doentes leva remédios, mas quem vai trabalhar com bandidos vai armado. Se os Exús cumprindo sua função espiritual tentassem aplicar as lições que só o sofrimento ensina com uma aparência menos austera do que aquelas que usam, seriam como uma professora que não impõe respeito, disciplina e energia a alunos levados. Sendo assim não poderiam apresentar-se de forma diferente. Tudo isso é uma espécie de uniforme de trabalho. Se partirmos do principio de que nenhum deles exerce a função no lugar onde habitam por obrigação, mas sim por vontade e pelo simples desejo de auxiliar nosso desenvolvimento espiritual, compreenderemos o grande amor que cada um possui dentro de si.
Assim como temos os Exús Ciganos, de Rua, Exús das matas e tantos outros que vibram dentro de uma freqüência que se localiza em pontos de energia entre o nosso mundo material e o mundo espiritual como num duplo etérico do nosso planeta, temos também os Exús de almas, cemitério ou Calunga, o que é o caso do Exú Caveira, Maria Padilha das Sete Catacumbas, Maria Molambo, Maria Quitéria, Exú Sete Catacumbas, Sete Liras (Lúcifer) e tantos outros. A função dos Exús de almas é vibrar com uma freqüência tão densa que podem ir e vir das áreas mais profundas das zonas umbralinas. Enquanto os Exús de rua vibram em áreas localizadas em regiões mais próximas a nós, socorrendo os desencarnados errantes. Os Exús de almas mantêm espíritos de vibrações primitivas, presos a seus carmas umbralinos enquanto isso for necessário para seu aprendizado.
Todos os Exús são onipresentes, ou seja, podem fazer-se presentes em um local e através do pensamento ir e vir e também fazerem-se sentidos e ouvidos em outros lugares ao mesmo tempo. Aqui é importante ressaltar que Exús de Rua vibram numa freqüência que varia da sua faixa de vibração até nosso universo material, enquanto que os Exús da entrada umbralina relaciona-se ao portão da Calunga ou cemitério, aos quais chamamos aqui de Falange das Caveiras. Eles podem vibrar das primeiras faixas densas do Umbral onde habitam até nosso universo material, no entanto não adentram as faixas mais densas as quais pertencem aos Exús das faixas mais profundas.
Se pudéssemos comparar o Umbral a um edifício subterrâneo de nove imensos andares, Sete Catacumbas estaria trabalhando em uma freqüência localizada no terceiro andar de baixo para cima, ficando as outras duas últimas sobre a guarnição das falanges de Lúcifer (Exú 7 Liras) e Omolu (muito confundido com o Xapanã do Batuque e Obaluaiê do Candomblé). Estes possuem livre passagem em todas as faixas e assim chegam a nós.
Daí a confusão muitas vezes criada onde certa entidade erra o nome do Exú de alguém. Um Exú de Rua teria perfeitas condições de reconhecer outro Exú da mesma faixa sem margens de erros. Mas no momento que tentar identificar um Exú que vibra em uma região inferior apenas acertaria o povo, Calunga por exemplo, mas dificilmente conseguiria identificar com exatidão nome da falange que ele representa. Pois não tem um contato direto com ela, a não ser que esta esteja já em um estágio de afinidade e com o médium já desenvolvido

História da Rosa Caveira

Pomba Gira Rosa Caveira
Pomba Gira Rosa Caveira, a Bruxa-Guerreira, tem duas faces: uma é linda, a outra uma face esquelética. Uma senhora muito assustadora. Não se surpreenda, ela é do reino das Almas e vive no cemitério.
Características
ArmaEspadas, Lanças, Punhais
FumaCigarros, Cigarrilhas
GuiaPreta/Branca ou Amarela/Preta
Lugarcruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas
PlantaRosa Amarela ou Vermelha
VelaRosa, Preta/Vermelha e Branca
Lendas
Pomba Gira Rosa Caveira
Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exú Caveira. Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, seu nascimento deu-se na primavera e sua mãe tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, estava perdendo muito sangue e podendo morrer . Foi quando a avó da Rosa Caveira quejá havia falecida há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de Rosa Caveira, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e em cima de um Campo Santo e também pela aparência astral de sua mãe que aparentava uma caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de Rosa Caveira do Cruzeiro
Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de modo diferente pela suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu aniversário sua avó ia visitá-la espiritualmente e por causa destas visitas e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e começaram a maltratar Rosa, debochar dela, dizer que ela era amaldiçoada pois havia nascido em cima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta.E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu pai muito atencioso a ensinou tudo o que sabia, e também ensinou-a a manejar espadas, lanças, punhais. Sua mãe lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro.
Suas irmãs ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó).
Suas irmãs se casaram com agricultores da região, porém a mais velha, se aperfeiçoou em Magia Negra, e por vingança do carinho e a presteza que seus pais davam a Rosa e não a elas, não porque seus pais gostavam mais dela, pois eles tinham amor igual a todas, mas Rosa demonstrava mais interesse do que as outras, ela fez um feitiço que matou seus pais. Rosa com muita raiva, matou sua irmã e seu marido. As outras irmãs com medo dela, juraram lealdade a ela e nunca mais zombaram dela. Aos 19 anos ela saiu ao mundo querendo descobrir algo novo em sua vida, foi quando ela conheceu um homem (Mago) que tinha 77 anos, e juntos com seus 4 irmãos, ele foi ensinando a ela varios feitiços, tudo sobre a vingança, o ódio, a dor, pois esse homem era o Mago mais odiado e temido da redondeza pelos Senhores Feudais e Magos Negros. Vivia em um cemitério com seus 4 irmãos e discípulos. Ela aprendeu a ver o futuro e fazer varios feitiços de um modo diferente, sempre usava um crânio tanto humano como de animal e em sua boca colocava uma rosa amarela, foi quando em uma de suas visões, viu suas irmãs planejarem sua morte. Ela fez um feitiço, que matou todas suas irmãs. Após fazer isso ela voltou a companhia do mago, e com sua ajuda percorreu várias aldeias, causando guerras para fazer justiça e para livrar os povos dos Senhores Feudais, e dos encantos de Magos Negros e Feiticeiros Malignos, e por causa disso ela era muito venerada, adorada e respeita por todos. Aos 99 anos, seu amado e seu mestre, morreu e ela assumiu seu lugar junto com o irmão mais velho do mago.
Aos 77 anos ela foi traída por um dos irmãos do mago falecido, o terceiro irmão, que a entregou a um mago que estava a sua procura, este Mago era um dos mais temidos e perversos e que sabia o ponto fraco dela. Com a ajuda desse irmão, esse Mago a matou, e degolou a Rosa e entregou sua cabeça em uma bandeja de ouro rodeada de rosas vermelhas, para os Espíritos Negros. Após isso ela ficou aprisionada espiritualmente por esse mago até ser liberta pelo seu amado e mestre o mago falecido, que entregou a falange do Exú Caveira. O irmão do mago que a traiu, foi morto 3 anos depois pela própria Rosa, e deu sua alma de presente a seu amado e Mestre, se tornando assim seu escravo. Foi ai que ela começou a trabalhar na linha das almas e ficou conhecida como Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), pois em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.

Maria Mulambo


Pomba Gira Maria Mulambo
 apresenta-se quase sempre muito bela, feminina, amável, deslumbrante, sedutora. Ela gosta das bebidas suaves como: Vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. Pomba Gira Maria Mulambo gosta também: cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc.
Conta-se que a história de Maria Mulumbo que essa Pomba giranasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pai e mãe não eram Reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado. Maria Mulambo cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não era. Maria Mulambo aos seus 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos. 

Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse. Os anos se passavam e Maria Mulambo não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.
Parcialmente a isso tudo, a nossa Maria Mulambo era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e mais necessitados. Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor. O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria Mulambo declarada rainha daquele pequeno país.
Todo o povo adorava Maria Mulambo, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria Mulambo por não poder engravidar. No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria Mulambo, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria Mulambo sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés. Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade.Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor. Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família. Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.
O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu. Maria Mulambo agora não se vestia com luxo e riquezas,agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou. A notícia correu todo país e chegou aos ouvidos do rei. O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer. Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo. Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio. O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde sófaltavam pular fora d’água. Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria Mulambo; e o encontrou.
Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria Mulambo foi jogada ao rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo. Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimonia digna de uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu. Seu amado nunca mais se casou,cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontrá-la de novo. À espera de poder reencontrar sua Maria. No dia em que ele morreu e reencontrou Maria Mulambo, o céu se fez do azul mais límpido e teve início a primavera.
Assim termina a Lenda de Maria Mulambo um pomba gira muito reverenciada

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

POMBA GIRA MESSALINA


Foto: POMBA GIRA MESSALINA  a pedido de # Elvira da Silva Rodrigues#  O primeiro fato controvertido desta figura pública é com relação a data de seu nascimento. Alguns historiadores apontam o ano de 17, porém é quase certo que tenha nascido entre os anos 20 a 25 d.C.. Por volta do ano 38, enquanto Calígula era o imperador, Messalina casou-se com Cláudio, um homem que beirava os cinqüenta anos. Desnecessário salientar que o casamento com Cláudio foi meramente político, sem nenhum amor ou paixão nutrida por parte de Messalina. Em verdade, a família de Messalina estava interessada na possibilidade de Cláudio vir a se tornar, como de fato se tornou um imperador. Aliás, poucos aspectos eram atrativos de Cláudio. Além da idade avançada, Cláudio possuía uma deficiência física na perna direita, além de uma desagradável tendência de cuspir enquanto falava. Costumava adormecer, após os almoços, à mesa, enquanto os presentes atiravam-lhe detritos para humilhá-lo. Disse Sêneca: “sua expressão era de certa forma ameaçadora, sacudia a cabeça continuamente, arrastava o pé direito... e emitia, babando, um resmungo confuso e incompreensível... sua voz não tinha nada de humano... Hércules, vendo tal monstro, pensou que ainda lhe restasse um décimo terceiro trabalho a cumprir. Mas depois, olhando-o melhor, convenceu-se de que estava diante de um meio homem” . Após o casamento, Messalina e Cláudio estabeleceram-se na casa do Palatino, que Cláudio já ocupara antes do matrimônio, a qual ficava próxima da morada do imperador Calígula. Cláudio era o único parente masculino na linha de sucessão direta de seu sobrinho, o imperador, já que Calígula matara todos os outros. Isto fez com que lhe aflorasse um sentimento de tensão e desconfiança latente, frente aos mandos e desmandos daquele. Nesta época, Messalina estava grávida de Cláudia Octávia, e Cláudio passava a ser usado pelos conselheiros do imperador a confrontar seu sobrinho. Oportunidades não faltavam para Calígula matar seu tio, mas não se sabe por que isto nunca ocorreu. Por volta do ano 40, nasce a primeira filha do casal, Cláudia Octávia, que mais tarde viria a ser Octávia Neronis, mulher do imperador Nero.   Nesta época, Calígula encontrava-se em campanha militar fora de Roma. Contudo, em que pese a distância, as sandices do imperador chegavam aos ouvidos dos romanos, deixando Cláudio cada vez mais apreensivo, quase neurótico. Em 40, começavam a eclodir movimentos contra o imperador, sintetizado nas palavras e ideais de Flávio Josefo: somente com a morte do imperador Calígula, haveria a restauração da autoridade da lei, a segurança dos cidadãos e a tranqüilidade pública romana. Cláudio estava alheio a estes movimentos mesmo porque sua esposa Messalina, em 41, ano em que Calígula foi assassinado, estava prestes a dar a luz ao segundo filho do casal: Britânicus .   Em janeiro de 41, com a morte de Calígula, o povo, inseguro com a notícia, temendo que fosse mais um ardil do então imperador, começou movimentos revoltosos por toda a Roma. Os conspiradores, desejando a total ruptura com o que Calígula representava, de forma desumana, dilaceraram Milônia Caesonia (ou Cesônia), então mulher do finado imperador, e sua filha, um bebê, Drusilla. Um fato pouco observado antes da vida pública. Poucos conhecem o fato de que Agripina Minor ou Agripina, a jovem, futura quarta mulher do imperador Cláudio, foi exilada de Roma pelo então imperador Calígula, por conta de uma conspiração contra sua vida. Passou cerca de 10 anos no referido exílio, voltando por volta do ano de 45. Ao embarcar neste exílio, Agripina confiou aos cuidados de Domítia Lépida, mãe de Messalina, o futuro imperador Nero. Agripina, passaria a nutrir um ódio contra a família de Messalina, primeiramente por não ter intercedido em seu favor perante Calígula e, mormente a isto, por não ter cuidado adequadamente de Nero, na época, com idade aproximada de oito anos. Em verdade, Domítia Lépida não se preocupou em dar uma educação adequada ao futuro imperador Nero, deixando-o ser criado pelos empregados e escravos em uma propriedade rural nos arredores de Roma. Além do fato de ser Agripina ambiciosa por natureza (já que desde a época de Calígula, já estava envolvida em tramas políticas), o ódio desencadeado contra a família de Domítia Lépida acabou por, mais tarde, culminar na morte de Messalina.  A HISTÓRIA NARRADA POR TÁCITO E SUETÔNIO A sua reputação entre os historiadores do período clássico não é das melhores. Tácito e Suetónio descrevem-na como uma mulher cruel e ambiciosa, com enorme influência sobre o marido que incentivava a executar quem lhe desagradava. Dizem, também, ter sido uma adúltera promíscua, dada a casos escandalosos, que só a confiança cega que Cláudio tinha nela a defendia. Em 48, Messalina teria arriscado levar em frente um plano para assassinar o imperador e substituí-lo pelo amante de então Caio Sílio, contando com o apoio da população romana. Como nunca foi astuta politicamente Messalina não percebeu que Cláudio até era popular junto dos romanos, pelo menos muito mais que ela própria. A conspiração foi desvendada por Narciso, o secretário de Cláudio. Messalina, Caio Sílio e os outros conspiradores foram presos e condenados à morte. O seu estatuto de imperatriz permitiu-lhe a opção do suicídio, mas como não conseguiu acabar com a sua vida foi executada. Depois da sua morte, Cláudio casou com a sobrinha, Agripina, a Jovem.  VALERIA MESSALINA, A ANTÍTESE DA FIGURA DESCRITA POR TÁCITO E SUETÔNIO   Valéria Messalina e os seus dois filhos   As fontes históricas continuam a ser Tácito e Suetônio. Contudo, dada algumas inconsistências da história por eles narrada - o que se verá em seção própria - os historiadores procuraram alinhar os fatos incontroversos dentro de uma história que, hoje, se reputa mais próxima da realidade de Messalina. Messalina assumiu o maior posto de uma mulher romana com uma idade inferior a 20 anos. Cláudio, a estas alturas, já possuía aproximadamente 55 anos de idade (idade muito avançada para a época, dadas as condições médicas e de higiene): provecto. Cláudio, não teve educação adequada à sua linhagem real (por causa de seus defeitos físicos, e porque era um dos últimos na linha de sucessão de Calígula, sucessão esta que ocorreu porque o imperador assassinou todos à frente de Cláudio), de maneira que o futuro imperador teve que se dedicar à sua própria educação. Por conta desta dedicação, quando assumiu o Império Romano, Cláudio era um governante preparado, e como de fato acabou por exercer um excelente governo. Contudo, Roma tomava muito tempo do imperador Cláudio, deixando a esmo sua mulher, Messalina, e seus dois filhos. O casamento de interesses forjado pela família de Messalina com Cláudio começava a dar sinais de que não ia muito bem. Messalina, ao contrário do que dizem, não parece ter tido grandes interesses políticos: não era uma figura de grande expressão na sociedade romana. No início, seus interesses restringiam-se apenas à seus dois filhos, que tanto amou até o final de sua vida. Contudo, com o distanciamento do marido Cláudio, Messalina acaba por tentar buscar outras formas de satisfazer-se enquanto pessoa e enquanto mulher. Importante frisar que nesta época Messalina tinha por volta de 20 anos de idade, e estava atrelada a um casamento com um homem de mais de 55 anos de idade que não lhe dava atenção. Esta ausência da presença de seu marido deixou a jovem Messalina, inexperiente e manipulável que era, a mercê de figuras políticas próximas à Casa do imperador, dentre eles Narciso, um conselheiro do imperador. Narciso, juntando forças com Agripina Minor, mais tarde, desenvolveu papel fundamental no assassinato de Messalina.   É bem provável que Messalina tenha se envolvido em tramas de assassinatos, alguns com fins muito mais passionais do que políticos, e outros, no entanto, por força de manipulações. Narciso foi, sem dúvida, o maior dos interessados por detrás dos atos de Messalina. Foi neste ambiente de ausência marital que Messalina, um dia, nos jogos, conheceu seu primeiro amor: Mnesteu, um ator, que tinha um relacionamento passado com Calígula. O ator mostrou à moça o lado oculto de Roma, fazendo-a entrar de cabeça em uma diferente vida. Tem-se notícia que o mal-afamado ator não correspondeu aos sentimentos de Messalina o que, possivelmente, gerou em Messalina uma forte depressão com exacerbação destrutiva voltada para o sexo. Vem daí a fama da então Imperatriz. Era impossível para Cláudio não conhecer sobre os atos Messalina. Contudo, nenhuma providência tomava talvez por culpa de seu afastamento do lar; talvez por afeto à esposa; talvez por interesses político ou comodidade; ou por todos estes fatores juntos. Por volta do ano de 47, Messalina, envolta em uma grave depressão, conheceu o recém-nomeado consul Caio Sílio. Não se sabe exatamente como ela o conheceu, mas o que se sabe é que ele seria o segundo e último amor de sua vida, que a faria esquecer definitivamente Mnesteu. Caio Sílio deve ter sido exceção à regra de idade para nomeação de consul (que era de 43 anos), mesmo porque Tácito não o adjetivaria de “o mais belo de toda a juventude romana” um homem de quarenta anos de idade. Caio Sílio correspondeu ao amor de Messalina, não se sabe se por amor ou por interesses.  O divórcio de Messalina Por volta do ano de 48, Agripina Minor, já perdoada do exílio, estava profundamente íntima de seu tio, o imperador Cláudio, face ao espaço que Messalina deixara. Em verdade, o casamento era mais do que nunca de aparências, já que Agripina Minor compartilhava o leito do Imperador; ao passo que Messalina passava a viver em sua antiga casa, a Casa de Palatino, com Caio Sílio. É fato que esta situação tomava rumos inadequados à posição de Cláudio: um imperador, traído por sua mulher, não era um fato muito bem recebido pelo povo romano. A trama ganha força quando Agripina Minor passa a manipular Cláudio: o imperador estava disposta a adotar Nero como filho, concorrendo ao trono com Britânico. Messalina não tinha pretensões políticas. Somente desejava se casar e viver feliz e em paz com seu amor, Caio Sílio, e com seus filhos, respeitado, contudo, o direito ao trono do jovem Britânico. Eis que Cláudio concedeu a Messalina o divórcio. Após o divórcio, Agripina Minor viu o caminho livre para levar a termo seus desejos: vingar-se da família de Messalina; transformar-se ela própria em imperatriz; e fazer Nero imperador de Roma, com a morte de Cláudio, preterindo o legítimo sucessor, Britânico. Messalina, ingênua politicamente, não percebeu as vantagens do divórcio concedido à Agripina Minor. Tão logo recebeu o divórcio, Messalina celebrou casamento com Caio Sílio. Agripina Minor, rapidamente, passaria a sugestionar ao imperador que, com o divórcio, Messalina iria matá-lo e assumir, ao lado de Caio Sílio, o trono romano. Cláudio, já completamente a mercê dos encantos de Agripina Minor e, ainda, com uma constante e latente desconfiança nascida da época que convivia com Calígula, aceitou como verdadeiras as palavras de sua futura quarta mulher. Não se sabe até que ponto Caio Sílio tinha, realmente, a pretensão de chegar ao trono romano. Contudo, ao que parece, tal pretensão, se é que existia, não era compartilhada (ou conhecida) por Messalina. Isto fica evidente com a intervenção da Vestal Máxima.  A intervenção da Vestal Máxima e os últimos momentos de Messalina Messalina estava celebrando as núpcias nos Jardins do Palatino, como diz Tácito, “per domum” . Isto indica que Messalina nada tinha a temer de Cláudio, já que a festa era realizada nas redondezas do Palácio Imperial. Narciso, unido forças com a futura imperatriz Agripina Minor, buscava o fim da estirpe de Messalina, dando-lhe o golpe de misericórdia: Cláudio foi convencido que Messalina buscava o trono romano. A notícia de destacamentos pretorianos indo em direção à Palatino deixou todos apreensivos. A festa cessou e a multidão dissipou. Caio Silio tentando escapar da ira do imperador, foi ao Senado Romano, onde mais tarde foi preso. Messalina dirigiu-se à residência de sua mãe, tendo em companhia seus filhos Claúdia Octavia com pouco mais de oito anos, e Britânicus, com aproximadamente sete anos. Não se sabe ao certo como Vibídia, a Virgem Vestal Máxima, sacerdotisa maior do templo de Vesta, mulher que desfrutava da mais alta autoridade moral e religiosa, acabou por ter conhecimento do ocorrido com Messalina. O que se sabe é que a Virgem Máxima interveio em favor da ex-imperatriz, de certo porque Messalina não praticara nenhum crime de lesa majestade, nem tampouco de bigamia, já que quando se casou com Caio Sílio, havia se divorciado de Cláudio. Com a intervenção de Vibídia, Messalina e seus filhos procurariam ir à presença do Imperador desfazer a pena de morte imposta à ex-imperatriz. Vibídia tinha certa idade, e não conseguia caminhar de forma tão lépida quanto Messalina. Desta forma, para vencer a longa distância até onde se encontrava o imperador, um transporte seria necessário. Ninguém, contudo, estava disposto a ceder um meio de transporte à ex-imperatriz, com medo do envolvimento nos crimes que supostamente ela cometera. A humilhação final à ex-imperatriz Messalina e seus filhos, repartida com a maior Sacerdotisa Romana, foi usar como transporte um carro usado para recolher lixo. A carroça conseguiu interceptar o carro de Cláudio, que há pouco chegara à Roma. Vibídia solicitou diretamente ao imperador uma audiência, que achou melhor concedê-la assim que chegasse ao Palácio. Esta audiência nunca ocorreu. Messalina dirigiu-se à casa de sua mãe, aguardando a referida audiência. Os processos de execução foram sumariamente despachados pelo imperador, apressados por Narciso. Caio Sílio foi o primeiro a morrer. No ano de 48, Messalina, nos jardins da casa de sua mãe, Domícia Lépida, soube de sua sentença de morte por crime de bigamia. À jovem de aproximadamente vinte e cinco anos cabia o direito ao suicídio. Não conseguiu, no entanto, tirar sua vida própria, vindo a ser executada, em seguida, por um pretor.  UMA VISÃO QUESTIONÁVEL DE TÁCITO E SUETÓNIO Alguns pontos da história narrada por Tácito e Suetónio são contraditórios em face da realidade. Observe-se, pois, os principais fatos que geram inconsistência sobre a história de Messalina tal qual narrada por estes historiadores: Messalina casou-se, com idade de aproximadamente 15 anos, com Cláudio, homem com idade aproximada de 50 anos. Uma menina desta idade, criada para o lar, não tem ambições políticas. O casamento de Messalina e de Cláudio foi puramente por interesse da família Messalla, já que Cláudio era o único parente vivo do então imperador Calígula. Por outro lado, para Cláudio, o casamento também foi interessante dados os defeitos físicos e idade avançada. Além do que, Messalina era moça de uma importante família romana. Cláudio tinha verdadeira neurose acerca de conspirações, já que Calígula era uma figura instável, em parte, justamente por conta de conspirações que nem sempre existiam. Agripina Minor havia sido exilada de Roma por Calígula. Agripina Minor culpava a Messalina e Cláudio por não ter intercedido em seu favor para evitar o banimento. Não mais bastasse, Agripina Minor deixou aos cuidados de Domitia Lépida, mãe de Messalina, seu filho, Nero, cuidados estes que não foram adequados à melhor formação de um cidadão romano. Cláudio não queria/podia dar atenção à sua jovem mulher, abrindo caminho à figuras manipuladoras, dentre as quais Narciso, conselheiro do imperador. Com o afastamento de Cláudio, Messalina acabou por encontrar Mnesteu, um ator que mostrou à Imperatriz um lado obscuro e decadente de Roma. Tendo em vista o amor não correspondido por Mnesteu (que provavelmente era homossexual), somada à distância de Cláudio, Messalina provavelmente (provavelmente?) entrou em depressão e mergulhou no mundo mostrado por Mnesteu. Messalina se recuperou quando encontrou seu último amor, Caio Sílio que, não se sabe se por amor ou por interesses, lha correspondeu. Agripina Minor, já há algum tempo regressada do exílio, notoriamente compartilhava o leito do imperador Cláudio. Messalina já, praticamente, passava a viver em sua antiga casa, o Palatino, próxima ao palácio imperial. Cláudio concedeu à Messalina o divórcio. Isto deixou Messalina à mercê da trama de Agripina Minor e de Narciso em colocar Nero na posição de imperador. Agripina Minor e de Narciso sugestionam Cláudio que Messalina está envolta em uma trama para lhe dar fim e assumir o trono romano, ao lado de Caio Sílio. Possivelmente, Caio Sílio realmente planejava um ataque ao imperador. Porém, tudo leva a crer que Messalina não estava envolvida e nem conhecia isto. Messalina e Caio Sílio celebram bodas na Casa de Palatino. Cláudio manda prender a todos os envolvidos por crime de sedição/lesa majestade. Contudo, não há provas contra Messalina. O mais importante fato desta história, ignorado por todos: a maior autoridade religiosa, a Vestal Máxima Víbídia intercede em favor de Messalina. É difícil conceber a intervenção de uma "papisa" em favor de uma mulher que, conforme descrita por Tácito e Suetónio, fosse maquiavélica, manipuladora, cruel e ambiciosa. De fato, ao que parece, Messalina não cometeu crime algum de sedição/lesa majestade. Sob a influência de Narciso, Cláudio "revogou" o divorcio concedido à Messalina e condenou-a por bigamia e lesa majestade. A visão passada pelos historiadores Tácito e Suetónio fica prejudicada como fiel instrumento da verdade porque: 1. Ambos homens, com uma visão limitada dos direitos da mulher; 2. Ambos historiadores com profundos interesses políticos em enfraquecer o imperador e o império; 3. Ambos, possivelmente, suscetíveis a interesses de Agripina Minor. Messalina não fica isenta de culpa de seus atos, se é que os praticou. Isto não a torna uma Santa. Mas com a verdade, cai por terra a caricatura que se faz de Messalina, que suportou, ao longo da história, nomes depreciativos dos mais diversos (desde ninfomaniaca, prostituta e meretrix augusta, envolta em politicagem, ambiciosa, etc.).



POMBA GIRA MESSALINA


O primeiro fato controvertido desta figura pública é com relação a data de seu nascimento. Alguns historiadores apontam o ano de 17, porém é quase certo que tenha nascido entre os anos 20 a 25 d.C.. Por volta do ano 38, enquanto Calígula era o imperador, Messalina casou-se com Cláudio, um homem que beirava os cinqüenta anos. Desnecessário salientar que o casamento com Cláudio foi meramente político, sem nenhum amor ou paixão nutrida por parte de Messalina. Em verdade, a família de Messalina estava interessada na possibilidade de Cláudio vir a se tornar, como de fato se tornou um imperador.
Aliás, poucos aspectos eram atrativos de Cláudio. Além da idade avançada, Cláudio possuía uma deficiência física na perna direita, além de uma desagradável tendência de cuspir enquanto falava. Costumava adormecer, após os almoços, à mesa, enquanto os presentes atiravam-lhe detritos para humilhá-lo. Disse Sêneca: “sua expressão era de certa forma ameaçadora, sacudia a cabeça continuamente, arrastava o pé direito... e emitia, babando, um resmungo confuso e incompreensível... sua voz não tinha nada de humano... Hércules, vendo tal monstro, pensou que ainda lhe restasse um décimo terceiro trabalho a cumprir. Mas depois, olhando-o melhor, convenceu-se de que estava diante de um meio homem” . Após o casamento, Messalina e Cláudio estabeleceram-se na casa do Palatino, que Cláudio já ocupara antes do matrimônio, a qual ficava próxima da morada do imperador Calígula.
Cláudio era o único parente masculino na linha de sucessão direta de seu sobrinho, o imperador, já que Calígula matara todos os outros. Isto fez com que lhe aflorasse um sentimento de tensão e desconfiança latente, frente aos mandos e desmandos daquele. Nesta época, Messalina estava grávida de Cláudia Octávia, e Cláudio passava a ser usado pelos conselheiros do imperador a confrontar seu sobrinho. Oportunidades não faltavam para Calígula matar seu tio, mas não se sabe por que isto nunca ocorreu. Por volta do ano 40, nasce a primeira filha do casal, Cláudia Octávia, que mais tarde viria a ser Octávia Neronis, mulher do imperador Nero.


Nesta época, Calígula encontrava-se em campanha militar fora de Roma. Contudo, em que pese a distância, as sandices do imperador chegavam aos ouvidos dos romanos, deixando Cláudio cada vez mais apreensivo, quase neurótico. Em 40, começavam a eclodir movimentos contra o imperador, sintetizado nas palavras e ideais de Flávio Josefo: somente com a morte do imperador Calígula, haveria a restauração da autoridade da lei, a segurança dos cidadãos e a tranqüilidade pública romana. Cláudio estava alheio a estes movimentos mesmo porque sua esposa Messalina, em 41, ano em que Calígula foi assassinado, estava prestes a dar a luz ao segundo filho do casal: Britânicus .


Em janeiro de 41, com a morte de Calígula, o povo, inseguro com a notícia, temendo que fosse mais um ardil do então imperador, começou movimentos revoltosos por toda a Roma. Os conspiradores, desejando a total ruptura com o que Calígula representava, de forma desumana, dilaceraram Milônia Caesonia (ou Cesônia), então mulher do finado imperador, e sua filha, um bebê, Drusilla.
Um fato pouco observado antes da vida pública.
Poucos conhecem o fato de que Agripina Minor ou Agripina, a jovem, futura quarta mulher do imperador Cláudio, foi exilada de Roma pelo então imperador Calígula, por conta de uma conspiração contra sua vida. Passou cerca de 10 anos no referido exílio, voltando por volta do ano de 45. Ao embarcar neste exílio, Agripina confiou aos cuidados de Domítia Lépida, mãe de Messalina, o futuro imperador Nero. Agripina, passaria a nutrir um ódio contra a família de Messalina, primeiramente por não ter intercedido em seu favor perante Calígula e, mormente a isto, por não ter cuidado adequadamente de Nero, na época, com idade aproximada de oito anos. Em verdade, Domítia Lépida não se preocupou em dar uma educação adequada ao futuro imperador Nero, deixando-o ser criado pelos empregados e escravos em uma propriedade rural nos arredores de Roma. Além do fato de ser Agripina ambiciosa por natureza (já que desde a época de Calígula, já estava envolvida em tramas políticas), o ódio desencadeado contra a família de Domítia Lépida acabou por, mais tarde, culminar na morte de Messalina.
A HISTÓRIA NARRADA POR TÁCITO E SUETÔNIO
A sua reputação entre os historiadores do período clássico não é das melhores. Tácito e Suetónio descrevem-na como uma mulher cruel e ambiciosa, com enorme influência sobre o marido que incentivava a executar quem lhe desagradava. Dizem, também, ter sido uma adúltera promíscua, dada a casos escandalosos, que só a confiança cega que Cláudio tinha nela a defendia. Em 48, Messalina teria arriscado levar em frente um plano para assassinar o imperador e substituí-lo pelo amante de então Caio Sílio, contando com o apoio da população romana. Como nunca foi astuta politicamente Messalina não percebeu que Cláudio até era popular junto dos romanos, pelo menos muito mais que ela própria. A conspiração foi desvendada por Narciso, o secretário de Cláudio. Messalina, Caio Sílio e os outros conspiradores foram presos e condenados à morte. O seu estatuto de imperatriz permitiu-lhe a opção do suicídio, mas como não conseguiu acabar com a sua vida foi executada. Depois da sua morte, Cláudio casou com a sobrinha, Agripina, a Jovem.
VALERIA MESSALINA, A ANTÍTESE DA FIGURA DESCRITA POR TÁCITO E SUETÔNIO


Valéria Messalina e os seus dois filhos

As fontes históricas continuam a ser Tácito e Suetônio. Contudo, dada algumas inconsistências da história por eles narrada - o que se verá em seção própria - os historiadores procuraram alinhar os fatos incontroversos dentro de uma história que, hoje, se reputa mais próxima da realidade de Messalina.
Messalina assumiu o maior posto de uma mulher romana com uma idade inferior a 20 anos. Cláudio, a estas alturas, já possuía aproximadamente 55 anos de idade (idade muito avançada para a época, dadas as condições médicas e de higiene): provecto. Cláudio, não teve educação adequada à sua linhagem real (por causa de seus defeitos físicos, e porque era um dos últimos na linha de sucessão de Calígula, sucessão esta que ocorreu porque o imperador assassinou todos à frente de Cláudio), de maneira que o futuro imperador teve que se dedicar à sua própria educação. Por conta desta dedicação, quando assumiu o Império Romano, Cláudio era um governante preparado, e como de fato acabou por exercer um excelente governo. Contudo, Roma tomava muito tempo do imperador Cláudio, deixando a esmo sua mulher, Messalina, e seus dois filhos. O casamento de interesses forjado pela família de Messalina com Cláudio começava a dar sinais de que não ia muito bem. Messalina, ao contrário do que dizem, não parece ter tido grandes interesses políticos: não era uma figura de grande expressão na sociedade romana. No início, seus interesses restringiam-se apenas à seus dois filhos, que tanto amou até o final de sua vida. Contudo, com o distanciamento do marido Cláudio, Messalina acaba por tentar buscar outras formas de satisfazer-se enquanto pessoa e enquanto mulher. Importante frisar que nesta época Messalina tinha por volta de 20 anos de idade, e estava atrelada a um casamento com um homem de mais de 55 anos de idade que não lhe dava atenção. Esta ausência da presença de seu marido deixou a jovem Messalina, inexperiente e manipulável que era, a mercê de figuras políticas próximas à Casa do imperador, dentre eles Narciso, um conselheiro do imperador. Narciso, juntando forças com Agripina Minor, mais tarde, desenvolveu papel fundamental no assassinato de Messalina.


É bem provável que Messalina tenha se envolvido em tramas de assassinatos, alguns com fins muito mais passionais do que políticos, e outros, no entanto, por força de manipulações. Narciso foi, sem dúvida, o maior dos interessados por detrás dos atos de Messalina.
Foi neste ambiente de ausência marital que Messalina, um dia, nos jogos, conheceu seu primeiro amor: Mnesteu, um ator, que tinha um relacionamento passado com Calígula. O ator mostrou à moça o lado oculto de Roma, fazendo-a entrar de cabeça em uma diferente vida. Tem-se notícia que o mal-afamado ator não correspondeu aos sentimentos de Messalina o que, possivelmente, gerou em Messalina uma forte depressão com exacerbação destrutiva voltada para o sexo. Vem daí a fama da então Imperatriz. Era impossível para Cláudio não conhecer sobre os atos Messalina. Contudo, nenhuma providência tomava talvez por culpa de seu afastamento do lar; talvez por afeto à esposa; talvez por interesses político ou comodidade; ou por todos estes fatores juntos.
Por volta do ano de 47, Messalina, envolta em uma grave depressão, conheceu o recém-nomeado consul Caio Sílio. Não se sabe exatamente como ela o conheceu, mas o que se sabe é que ele seria o segundo e último amor de sua vida, que a faria esquecer definitivamente Mnesteu. Caio Sílio deve ter sido exceção à regra de idade para nomeação de consul (que era de 43 anos), mesmo porque Tácito não o adjetivaria de “o mais belo de toda a juventude romana” um homem de quarenta anos de idade. Caio Sílio correspondeu ao amor de Messalina, não se sabe se por amor ou por interesses.
O divórcio de Messalina
Por volta do ano de 48, Agripina Minor, já perdoada do exílio, estava profundamente íntima de seu tio, o imperador Cláudio, face ao espaço que Messalina deixara. Em verdade, o casamento era mais do que nunca de aparências, já que Agripina Minor compartilhava o leito do Imperador; ao passo que Messalina passava a viver em sua antiga casa, a Casa de Palatino, com Caio Sílio. É fato que esta situação tomava rumos inadequados à posição de Cláudio: um imperador, traído por sua mulher, não era um fato muito bem recebido pelo povo romano. A trama ganha força quando Agripina Minor passa a manipular Cláudio: o imperador estava disposta a adotar Nero como filho, concorrendo ao trono com Britânico. Messalina não tinha pretensões políticas. Somente desejava se casar e viver feliz e em paz com seu amor, Caio Sílio, e com seus filhos, respeitado, contudo, o direito ao trono do jovem Britânico. Eis que Cláudio concedeu a Messalina o divórcio. Após o divórcio, Agripina Minor viu o caminho livre para levar a termo seus desejos: vingar-se da família de Messalina; transformar-se ela própria em imperatriz; e fazer Nero imperador de Roma, com a morte de Cláudio, preterindo o legítimo sucessor, Britânico. Messalina, ingênua politicamente, não percebeu as vantagens do divórcio concedido à Agripina Minor. Tão logo recebeu o divórcio, Messalina celebrou casamento com Caio Sílio. Agripina Minor, rapidamente, passaria a sugestionar ao imperador que, com o divórcio, Messalina iria matá-lo e assumir, ao lado de Caio Sílio, o trono romano. Cláudio, já completamente a mercê dos encantos de Agripina Minor e, ainda, com uma constante e latente desconfiança nascida da época que convivia com Calígula, aceitou como verdadeiras as palavras de sua futura quarta mulher. Não se sabe até que ponto Caio Sílio tinha, realmente, a pretensão de chegar ao trono romano. Contudo, ao que parece, tal pretensão, se é que existia, não era compartilhada (ou conhecida) por Messalina. Isto fica evidente com a intervenção da Vestal Máxima.
A intervenção da Vestal Máxima e os últimos momentos de Messalina
Messalina estava celebrando as núpcias nos Jardins do Palatino, como diz Tácito, “per domum” . Isto indica que Messalina nada tinha a temer de Cláudio, já que a festa era realizada nas redondezas do Palácio Imperial. Narciso, unido forças com a futura imperatriz Agripina Minor, buscava o fim da estirpe de Messalina, dando-lhe o golpe de misericórdia: Cláudio foi convencido que Messalina buscava o trono romano. A notícia de destacamentos pretorianos indo em direção à Palatino deixou todos apreensivos. A festa cessou e a multidão dissipou. Caio Silio tentando escapar da ira do imperador, foi ao Senado Romano, onde mais tarde foi preso. Messalina dirigiu-se à residência de sua mãe, tendo em companhia seus filhos Claúdia Octavia com pouco mais de oito anos, e Britânicus, com aproximadamente sete anos.
Não se sabe ao certo como Vibídia, a Virgem Vestal Máxima, sacerdotisa maior do templo de Vesta, mulher que desfrutava da mais alta autoridade moral e religiosa, acabou por ter conhecimento do ocorrido com Messalina. O que se sabe é que a Virgem Máxima interveio em favor da ex-imperatriz, de certo porque Messalina não praticara nenhum crime de lesa majestade, nem tampouco de bigamia, já que quando se casou com Caio Sílio, havia se divorciado de Cláudio. Com a intervenção de Vibídia, Messalina e seus filhos procurariam ir à presença do Imperador desfazer a pena de morte imposta à ex-imperatriz. Vibídia tinha certa idade, e não conseguia caminhar de forma tão lépida quanto Messalina. Desta forma, para vencer a longa distância até onde se encontrava o imperador, um transporte seria necessário. Ninguém, contudo, estava disposto a ceder um meio de transporte à ex-imperatriz, com medo do envolvimento nos crimes que supostamente ela cometera. A humilhação final à ex-imperatriz Messalina e seus filhos, repartida com a maior Sacerdotisa Romana, foi usar como transporte um carro usado para recolher lixo. A carroça conseguiu interceptar o carro de Cláudio, que há pouco chegara à Roma. Vibídia solicitou diretamente ao imperador uma audiência, que achou melhor concedê-la assim que chegasse ao Palácio. Esta audiência nunca ocorreu. Messalina dirigiu-se à casa de sua mãe, aguardando a referida audiência. Os processos de execução foram sumariamente despachados pelo imperador, apressados por Narciso. Caio Sílio foi o primeiro a morrer.
No ano de 48, Messalina, nos jardins da casa de sua mãe, Domícia Lépida, soube de sua sentença de morte por crime de bigamia. À jovem de aproximadamente vinte e cinco anos cabia o direito ao suicídio. Não conseguiu, no entanto, tirar sua vida própria, vindo a ser executada, em seguida, por um pretor.
UMA VISÃO QUESTIONÁVEL DE TÁCITO E SUETÓNIO
Alguns pontos da história narrada por Tácito e Suetónio são contraditórios em face da realidade. Observe-se, pois, os principais fatos que geram inconsistência sobre a história de Messalina tal qual narrada por estes historiadores:
Messalina casou-se, com idade de aproximadamente 15 anos, com Cláudio, homem com idade aproximada de 50 anos.
Uma menina desta idade, criada para o lar, não tem ambições políticas.
O casamento de Messalina e de Cláudio foi puramente por interesse da família Messalla, já que Cláudio era o único parente vivo do então imperador Calígula.
Por outro lado, para Cláudio, o casamento também foi interessante dados os defeitos físicos e idade avançada. Além do que, Messalina era moça de uma importante família romana.
Cláudio tinha verdadeira neurose acerca de conspirações, já que Calígula era uma figura instável, em parte, justamente por conta de conspirações que nem sempre existiam.
Agripina Minor havia sido exilada de Roma por Calígula.
Agripina Minor culpava a Messalina e Cláudio por não ter intercedido em seu favor para evitar o banimento.
Não mais bastasse, Agripina Minor deixou aos cuidados de Domitia Lépida, mãe de Messalina, seu filho, Nero, cuidados estes que não foram adequados à melhor formação de um cidadão romano.
Cláudio não queria/podia dar atenção à sua jovem mulher, abrindo caminho à figuras manipuladoras, dentre as quais Narciso, conselheiro do imperador.
Com o afastamento de Cláudio, Messalina acabou por encontrar Mnesteu, um ator que mostrou à Imperatriz um lado obscuro e decadente de Roma.
Tendo em vista o amor não correspondido por Mnesteu (que provavelmente era homossexual), somada à distância de Cláudio, Messalina provavelmente (provavelmente?) entrou em depressão e mergulhou no mundo mostrado por Mnesteu.
Messalina se recuperou quando encontrou seu último amor, Caio Sílio que, não se sabe se por amor ou por interesses, lha correspondeu.
Agripina Minor, já há algum tempo regressada do exílio, notoriamente compartilhava o leito do imperador Cláudio. Messalina já, praticamente, passava a viver em sua antiga casa, o Palatino, próxima ao palácio imperial.
Cláudio concedeu à Messalina o divórcio.
Isto deixou Messalina à mercê da trama de Agripina Minor e de Narciso em colocar Nero na posição de imperador.
Agripina Minor e de Narciso sugestionam Cláudio que Messalina está envolta em uma trama para lhe dar fim e assumir o trono romano, ao lado de Caio Sílio.
Possivelmente, Caio Sílio realmente planejava um ataque ao imperador. Porém, tudo leva a crer que Messalina não estava envolvida e nem conhecia isto.
Messalina e Caio Sílio celebram bodas na Casa de Palatino.
Cláudio manda prender a todos os envolvidos por crime de sedição/lesa majestade. Contudo, não há provas contra Messalina.
O mais importante fato desta história, ignorado por todos: a maior autoridade religiosa, a Vestal Máxima Víbídia intercede em favor de Messalina. É difícil conceber a intervenção de uma "papisa" em favor de uma mulher que, conforme descrita por Tácito e Suetónio, fosse maquiavélica, manipuladora, cruel e ambiciosa.
De fato, ao que parece, Messalina não cometeu crime algum de sedição/lesa majestade.
Sob a influência de Narciso, Cláudio "revogou" o divorcio concedido à Messalina e condenou-a por bigamia e lesa majestade.
A visão passada pelos historiadores Tácito e Suetónio fica prejudicada como fiel instrumento da verdade porque: 1. Ambos homens, com uma visão limitada dos direitos da mulher; 2. Ambos historiadores com profundos interesses políticos em enfraquecer o imperador e o império; 3. Ambos, possivelmente, suscetíveis a interesses de Agripina Minor.
Messalina não fica isenta de culpa de seus atos, se é que os praticou. Isto não a torna uma Santa. Mas com a verdade, cai por terra a caricatura que se faz de Messalina, que suportou, ao longo da história, nomes depreciativos dos mais diversos (desde ninfomaniaca, prostituta e meretrix augusta, envolta em politicagem, ambiciosa, etc.).


Olá amigos!
Muito interessante a história dessa mulher que, como tantas, sofreu injustiças e toda sorte de sofrimentos.
Vale lembrar, porém, que não se deve levar, ao "pé da letra", esses fatos históricos como sendo verdades absolutas a respeito das Pombas Giras que se servem do nome Messalina.
O que ocorre, penso eu, é que algumas entidades espirituais, por terem vivido na Terra histórias semelhantes, por afinidade, adotam o nome Messalina como podem adotar outro qualquer. Isso não quer dizer que a história acima pertença a todas as entidades espirituais que se apresentam com esse nome.
Falanges são grupos de espíritos que por afinidade se reúnem no plano espiritual, adotando, quase sempre, o nome de um determinado espirito que deu origem à linha de trabalho na qual irão atuar.

Annapon

texto extraído da página Unidos pelos Exus e Pombas Giras ( facebook)