A Magia e Luz Obscura na vida dos homens -Segundo perspectiva pessoal
Desde as mais remotas eras, a morte física sempre foi algo misterioso e temido pelos homens. As crenças amenizavam as angústias em ver o ciclo carnal findar-se. Deuses da vida e da morte bailavam e figuravam os planos mentais coletivos, assim como o dia/luz e a noite/escuridão.A escuridão ensinou ao homem que dentro dele habitavam forças desconhecidas, sentimentos e sensações obscuras incompreendidas, afinal, a parte instintiva, brutal e animal do homem possui correlações com todos os outros seres. O medo do desconhecido foi o grande útero dos deuses antigos.
Conforme os humanos rompiam as barreiras limítrofes e descobriam os reais significados dessas lacunas, tais deuses deixavam de exercer poder sobre seus seguidores e adormeciam novamente no mesmo caos de onde vieram (Tehon). As eras trataram de fazer deuses e deusas despertarem e adormecerem conforme a necessidade dos homens em contínua evolução.
O homem sempre buscou explicações para sua origem e as possíveis ligações entre suas essências e as forças primitivas. Dessa busca, nasceu a divisão de macro e microcosmo, ou seja, a posição de cada ser em relação ao "Todo" e as correlações existentes entre os planos de forma ordenada. O homem aprendeu a não limitar sua jornada evolucionista apenas aos grosseiros sentidos que a natureza ofertou-lhe e decidiu que iria transcender tais limitações. Esse poder despertou forças que eram tão sedutoras quanto suas conseqüências. A elevação proporcionava aos meros mortais qualidade de deuses dando-lhe poderes que os diferiam dos demais. A palavra que conduzia tudo era: Sabedoria.
Enquanto o véu mortuário era cortado pelo afiado punhal da eternidade, tudo mudava de sentido. Equações mágicas nasciam em vários lugares da Terra, assim como defensores acirrados que codificaram tais equações... Vertiam as doutrinas religiosas. A faca da eternidade possuí dois gumes, pois tem luz para libertar e escuridão para encarcerar. Aos poucos o animal selvagem começou ser domesticado pelos que eram mais sábios e a Terra foi dividida em mais uma barreira invisível: A religião.
O antigo medo da morte foi elevado a picos antes inexplorados, afinal, os antigos deuses adormecidos foram corrompidos por novos deuses que possuíam poderes muito maiores e mais abrangentes. Os sábios deram as suas criações divinas forças supremas e incontestáveis, escravizando os seres com uma palavra chamada: Salvação!
Nessa jornada de suposta evolução, nasceu nas mentes mais libertas a ideia de aversão. O que é aversão? É o nojo, asco, antipatia. Os sistemas codificados eram diariamente tombados e esquartejados pela ciência em crescente evolução e muitas coisas não faziam mais sentido . E os antigos deuses adormecidos demonstravam qualidades que a ciência comprovava e isso fez com que os libertos desejassem a comunicação e a invocação de tais qualidades para si, afinal, ao se conhecerem possuíam a capacidade de compreenderem tais energias. Neste exato momento nasceu a concepção de magia negra, ou seja, a magia que ressuscita velhos poderes e conceitos aos poucos iluminados conduzidos pelo desejo e pela certeza de seus atos.
Óbvio que muitos foram condenados. Os Iluminados sempre causaram cegueira aos que se escondiam nas sombras de suas mentes pantanosas. A religião é a areia movediça para a grande massa que anda na Terra.
Conforme as coisas materiais começaram exercer fascínio nos homens, mesmo diante às" lavagens cerebrais" e ao medo, o fascínio de manipular forças sobrenaturais em prol de suas lacunas levou o homem ao próprio abismo. De lá ele retornou dono de sua razão, capacitado a ser um predador mortal, os que ficaram permanecem preso em suas próprias mentes. Esse é o preço de quebrar as algemas...
“Eu sou a chama que arde em todo coração de homem e no âmago de cada estrela. Eu sou Vida e o doador da Vida, ainda que, portanto seja o conhecimento de mim, o conhecimento da morte.” (Livro da Lei)
As guerras, batalhas, sangue derramado, fome, peste, desgraças em amplos aspectos foram codificados pelos “sábios manipuladores” como aspectos negativos do deus edificado por eles. A manipulação em massa retira o livre arbítrio e tenta civilizar todos como cães adestrados acreditando que tais impulsos deveriam ser enterrados ou crucificados ao invés de aceitos e trabalhados.
Uma das vias de libertação foi a Quimbanda. Quando algo gera tensões, de Tohu (nada, vazio) criam-se elementos através da interação, reajustando o crescimento espiritual sob novos patamares. A Quimbanda é uma das forças que atravessa as rachaduras dos nossos cotidianos e nos capacita à gnose; levando nossas vidas rumo ao escape da lei karmática. Não existindo mais a “Lei de Causa e Efeito”, a Magia Negra torna-se a Luz. A partir deste exato ponto, a morte não exerce mais o papel temível na vida das pessoas.
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